ARQUIVOS, IMAGENS, TEXTOS E REPORTAGENS SOBRE RITA LEE, A BIG MAMMA DO ROCK

segunda-feira, 1 de junho de 2009

1978: notícia sobre a turnê "Babilônia"

Diário Popular - 01/09/1978

A Babilônia de Rita Lee, com muito deboche e humor

"Um dia, Gilberto Gil me disse: Rita, mete a cara, aí então, tudo começou". A partir deste momento, Rita Lee começou a se preparar para se tornar a maior shòw-woman surgida no Brasil nos últimos anos e sofrer as mutações naturais para, finalmente, chegar à Babilônia, espetáculo que estreia hoje, às 21 horas, no Teatro Bandeirantes, com a participação do grupo Cães e Gatos, ex-Tutti Frutti, e mais 4 mil watts de som e 15 mil watts de luz.
Rita Lee Jones já era Mutante durante a era tropicalista de Gil e Caetano. Talvez seja um exagero considerar Rita Lee uma "metamorfose ambulante", mas o seu trabalho tem se desenvolvido em um sentido de mudanças a cada nova aparição pública. E o seu próprio público também tem mudado.
Recém chegado do Rio de Janeiro, onde esteve em cartaz no teatro Thereza Rachel, Babilônia foi apresentado naquela cidade para pessoas que variavam de 8 a 80 anos. "Foi um negócio bacana porque o meu show atraiu um número muito grande de crianças. Talvez isto tenha acontecido em decorrência do meu próprio comportamento no palco, onde faço brincadeiras e não paro um instante", argumentou Rita.

DEBOCHE
O compositor baiano Tom Zé, outro reminiscente do Tropicalismo, em um dos seus discos faz uma queixa. Segundo ele "todo compositor brasileiro é um complexado", pois só fala à sério. E a estrela de Babilônia é a 'personificação do deboche e do bom humor, comportamento segundo ela, tipicamente brasileiro. "Por que não se utilizar do deboche também na música?", pergunta ela. E ataca de "Arrombou a Festa", onde "comenta" as fórmulas que sempre dão certo para se fabricar um grande sucesso.
"O paulista é muito sério, gosta de ficar vendo os defeitos". Mostrando uma preocupação excessiva com o tipo de receptividade que o seu espetáculo poderá ter em São Paulo, Rita Lee, apesar disso, está tranquila. Em sua casa no Pacaembu, ela não deixa de falar em seu filho, causa principal de mudanças decisivas em sua vida — e apenas, superficialmente de sua prisão, quando foi acusada de porte de maconha.
"Acho que estou cada vez mais parecida com o povo, mas acredito que o artista deva cantar as coisas que observa e não empunhar bandeiras que não são dele. Não tenho o menor jeito para deputado". Esta é a sua resposta para aqueles que exigem dela um "compromisso político". Ao mesmo tempo, já entrou em contato com as Frenéticas a fim de que juntas possam montar um espetáculo dirigido às crianças, velhos e pacientes de hospitais ou entidades. Afinal — disse Rita — "estas pessoas também precisam de um pouco de música, de alegria".
Babilônia ficará em cartaz no Teatro Bandeirantes até o próximo dia 30, de quarta-feira a domingo. Os preços serão cobrados a 80 cruzeiros durante a semana, e 100 cruzeiros aos sábados e domingos.

Um comentário:

  1. Que tesouro.Estou adorando esse blog e passo aqui todos os dias pra ver as news.

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