ARQUIVOS, IMAGENS, TEXTOS E REPORTAGENS SOBRE RITA LEE, A BIG MAMMA DO ROCK

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Rita Lee - A vida e a glória de uma superestrela - última parte


Loucura em grupo!

Depois de seu trabalho como manequim e estrela do show Build Up, em 1970, Rita ganhou certa popularidade independente dos Mutantes. Frequentemente era chamada para atuar em publicidade, em júri de festivais e apresentações de espetáculos. Arnaldo e Sérgio, por outro lado, e mais os músicos acompanhantes, Dinho e Liminha, estavam cada vez mais envolvidos pelo som progressivo do Yes, Emerson, Lake & Palmer e outros grupos ingleses, enquanto Rita continuava fiel ao rock - deboche dos Mutantes dos bons tempos. Havia insatisfação no ar. Cobras e lagartos, e Rita de despede dos Mutantes "levando meus discos dos Beatles e dos Stones, escova de dente, minhas duas cachorras, meu mini-moog, violão, enfim tudo o que coube dentro do meu jipe Willys 51, companheiro velho de guerra".
Rita ainda passou dois meses na casa dos pais, colocando a cabeça em ordem, e depois resolveu alugar uma minimansão na beira da represa de Guarapiranga, perto de São Paulo. Nesse período ela compôs muitas músicas, entre elas Mamãe Natureza, Menino Bonito e Esse Tal de Roque Enrow. Sua maior companheira, na época, era Lúcia Turnbull, ótima cantora e guitarrista. Aos poucos foi pintando uma transa musical incrível entre as duas, e elas resolveram formar um dueto acústico: As Cilibrinas. E lá foram elas tocar na Phono 73, um show musical organizado pela gravadora Phonogram. Os Mutantes, por outro lado, haviam se reorganizado sem Rita, em outros moldes musicais, e eram a grande atração do show. Na grande noite, o público estava inquieto e, quando As Cilibrinas entraram no palco com toda a sua delicadeza acústica, a vaia foi geral. "Lugar de mulher é na cozinha", "Rock é coisa pra macho", gritavam os mais exaltados. Mas Lúcia e Rita não se abateram e deram muitas gargalhadas depois.

As Cilibrinas estreiam com vaias. Surge o Tutti-Frutti

Passado o fiasco, Rita e Lúcia decidiram dar um trato no som, adicionando bateria, baixo e guitarra base. Lúcia ficaria na guitarra solo e Rita nos teclados. Só faltavam os músicos e elas se lembraram de um garoto que era vizinho dos irmãos Baptista na Pompéia, e que tinha um grupo chamado Lisergia. No dia seguinte, Luis Sérgio Carlini foi visitar as Cilibrinas na garagem onde elas ensaiavam, e levou os amigos Lee Marcucci e Emilson. Era o fim das Cilibrinas e do Lisergia. Nascia o Tutti-Frutti, que acompanhou Rita de 1973 a 1978, com várias formações (Lúcia sairia poucos meses depois).
Em 1976, o Tutti-Frutti ganhava um novo músico muito especial: Roberto de Carvalho, também o amor de Rita e pai do baby que foi logo encomendado, Beto. As bruxas andaram soltas e muita gente tentou assustar Rita dizendo que ter um filho iria arruinar sua carreira. O que uma coisa tem a ver com a outra, até hoje ninguém explicou...
Em 1977, Rita e o Tutti-Frutti resolveram juntar forças com Gilberto Gil, no show Refestança, que percorreu o Brasil inteiro. No final do ano seguinte, uma série de desentendimentos entre os membros do Tutti-Frutti acabaram determinando o fim do grupo. Para acompanhá-la no show daquele ano, Rita criou os Cães & Gatos, um grupo de oito músicos liderados pela guitarra e pelos teclados de Roberto. Os Cães & Gatos eram uma pândega: todos muito amigos e se divertindo a valer com a loucura de um grupo de rock na estrada!

No ano passado, com o sucesso de Mania de Você e das outras músicas do LP que levava o seu nome, Rita virou mania nacional. E por enquanto, depois de tantas confusões, ela não quer saber de grupo fixo. A superestrela já brilha sozinha...

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